Trinta anos casado com Marisa Stela, cocota de família abastada, vinte anos amante semi declarado de Augusta Virgínia, viúva do coronel Rodrigues Sarça. Funcionário da Caixa por trinta e um, pais de quatro, dono de terras, carros, gentes, caminhava conforme o cabresto oculto de sua mãe, finada há dez.
Turrão, negava pão aos pobres e se contrariava ao fartar as mãos da igreja, representada pelo padre Onório, conhecido pela bifurcada língua e pela libidinosa lascívia com que se entregava aos jovens braços dos coroinhas.
Jazeu, com 59, na pútrida poça de sangue e vômito de sua última refeição, sopa de aspargos com bucho. Marisa sequer o limpou, os quatros brigaram pelos restos de mediocridade que o inventário garantia, a viúva de Sarça arranjou um vinte e cinco mais novo, o padre nada celebrou, alegando suicídio, pois ninguém se prontificou a pagar os custos do velório.
Caiu em vala comum, com bucho nas narinas e no seboso colarinho, regado aos prantos de Das Dores, puta, com quem, declarando fervoroso asco, negava olhares e ares em público. Foi só em seus braços e no regato da imunda cona de vasta melena crespa, devoradora sequiosa de quase todos os falos da cidade, que ele gozou e chorou.
Alexsandro Teixeira Ribeiro
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gostei.
ResponderExcluirmas não vou entrar no blogger, não