quarta-feira, 2 de abril de 2008

ÀDRIA

Àdria ela se vestiu, abriu a porta e saiu para sua prisão. Nunca soube o que era liberdade com aqueles fios de moral a lhe apertar. Mas não deixava nenhum sonho, por mais tolo que fosse, escapar dos seus olhos vermelhos; e se um inventava de fazê-lo... Àdria jogava lágrimas e eles voltavam maiores do que antes.
Quando já descia as escadas de papel, lembrou da chave na fechadura; mas não voltou para buscá-las. Já que não voltaria mais ali.
Respirou. Seguiu adiante, sem hesitar.
O interessante é que lá fora voava um vento arranca-postes-árvores-e-sofrimentos. E os arrancou de Ádria. Nada permaneceria no mesmo lugar, tão resoluta ela estava que aquele era o tempo exato para o que almejava: colocar expor arregaçar lançar o seu peito o seu coração para fora para que vissem o tamanho amor que carregava ali dentro embora muitas vezes seus olhos dissessem nada disso mas era aquilo que naquele instante subia ao espírito dos presentes pai mãe amigos amigas heteros gays crianças velhos estranhos empresários médicos budas cristos deuses Deus vícios tudo isso de um só vez na cara de todo mundo até os mortos ficaram assustados.
Até os mortos eles queriam ser engolidos por aquela luz vermelha nada de sangue de Dor e sim sangue de amor jorrando da fonte de seu corpo agora nu agora nua Ádria se deu a ficar como veio ao mundo na frente de todo mundo.
Agora era hora de partir.
Agora.
Sem demora.
Pegou um cálice de poesia da bandeja do garçom e... transfigurou-se em Beleza.
Isso mesmo: em Beleza!!!
Ádria ficara bela aos olhos de quem escreve este conto; e sabe em insana consciência que te lançou por alguns minutos alguma forma de delírio que nem mesmo quem escreveu este conto sabe explicar.
Abismo se faça em ti, leitor!...
Wanilson Pereira

3 comentários:

  1. Leva jeito esse menino. Se um dia vc ganhar dinheiro escrevendo, vc me paga uma cerveja?

    Juli P.

    ResponderExcluir
  2. sim, eu quero um bera tb!!!!!

    esse é o talento do Brasil, ao final, burguês gosta de quitute!

    ResponderExcluir

Fala que a Quenga te escuta!

Que é Quenga?

Minha foto
Curitiba, PR, Brazil
n substantivo feminino Regionalismo: Nordeste do Brasil. 1 vasilha feita de metade de um coco-da-baía da qual se retira a carne 2 Derivação: por metonímia. o conteúdo dessa vasilha; quengo 3 Uso: tabuísmo. mulher que exerce a prostituição; meretriz 4 Uso: informal. coisa imprestável, inútil